Mauro Mendes tenta candidatura para reconstruir fortuna perdida

Entre dívidas, calotes e traições, Mauro tenta esconder sua longa ficha corrida.



Quando em campanha pela prefeitura de Cuiabá, um dos pontos destacados pelo prefeito Mauro Mendes (PSB) foi sua habilidade administrativa. Seu nome era apresentado como empresário de sucesso, que construiu um pequeno império, depois de ter crescido como um menino pobre.

Depois de usar no marketing eleitoral a imagem de ‘empresário de sucesso’ nas campanhas disputadas em 2008, 2010 e 2012, sua ficha corrida só cresceu, evidenciando um verdadeiro estelionato eleitoral.

Hoje o que presenciamos é sua grande empresa em recuperação judicial e dívidas que somam mais de R$ 100 milhões.


A recuperação judicial em nome do Grupo Bipar, constituído empresas Bimetal Indústria Metalúrgica Ltda, Bipar Energia S.A., Bipar Investimentos e Participações S.A e Mavi Engenharia e Construções Ltda foi aceita pela Justiça de Mato Grosso e um dos argumentos usados no pedido foi a inclusão de Mendes na investigação da Polícia Federal (PF) e Ministério Público Federal (MPF), na Operação Ararath. Isso dificultou a liberação de financiamentos para seu grupo empresarial. Dentre os credores do grupo Bipar está o agiota Valdir Piran, para quem deve R$ 12 milhões..


O ex-prefeito foi alvo da 5ª fase da Ararath, no dia 20 de maio de 2014. Ele passou a ser investigado num inquérito sigiloso que tramita no Supremo Tribunal Federal (STF). O empresário de sucesso lançou mão de dinheiro emprestado de Júnior Mendonça, para as três campanhas que disputou. Justamente do delator do esquema de lavagem de dinheiro da Ararath. A PF entendeu que Mendes pagou, depois de eleito prefeito, empréstimo de R$ 3,4 milhões por meio de contrato emergencial firmado pela prefeitura de Cuiabá com a Amazônia Petróleo, empresa de Júnior Mendonça.

Mauro Mendes também se tornou réu em ação civil pública proposta pelo Ministério Público Federal (MPF), acusado de participar de um esquema que teria fraudado em até R$ 700 milhões o leilão da mineradora Maney Mineração Casa de Pedra Ltda, realizado pelo Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso.

Outro caso investigado pela Corregedoria do TRT resultou no processo administrativo que culminou com a aposentadoria compulsória da juíza Carla Reita Faria Leal, esposa do ex-sócio de Mauro, Pascoal Santullo Neto. Nesse caso, Mauro Mendes, segundo o TRT, arrematou um apartamento de cobertura na Praça Popular leiloado pelo próprio TRT e, depois, repassou-o à magistrada, para burlar a vedação que ela teria de disputar o imóvel.

Mendes também teria favorecido seu sócio, o empresário Wanderley Torres, da Trimec Construções, que venceu disputa para alugar para a prefeitura máquinas pesadas pelo valor de R$ 9 milhões.

Mauro Mendes lembra, guardadas as proporções, a história de Eike Batista, que teve uma subida meteórica e depois veio a falir, tendo seus bens bloqueados e até confiscados.


Prefeitura de Cuiabá

Em 2012, durante a campanha para prefeito de Cuiabá, prometeu imprimir à gestão municipal um "ritmo empresarial" e até mesmo pagar 14º salário. No entanto, o que se viu foi a perpetuação das mesmas práticas políticas, no toma lá dá cá com a Câmara de vereadores, a demissão em massa, dificuldade até para pagar o 13º salário, quanto mais o 14º.

A prefeitura ficou em situação complicada e o prefeito teve que anunciar, duas vezes em 2015, corte de despesas e demissões. Confira as medidas anunciadas pelo prefeito em 2015:

- Redução de 15% no valor total de Cargos Comissionados (DAS) e Contratos;

- Cancelamento empenhos de despesas não obrigatórias e não essenciais;

- Redução de 25% da frota de veículos oficiais, incluindo os carros que atendiam aos secretários municipais;

- Redução de 30% das linhas telefônicas;

- Negociação para redução de 20% do valor dos contratos com fornecedores;

- Fechamento do Escritório de Representação em Brasília, importante para a ligação Cuiabá, Capital Federal.

- Extinção do Prêmio-Saúde para a área meio da Secretaria de Saúde.

Após todo esse quadro negativo, Mauro Mendes alimenta o desejo de se tornar Governador de MT, talvez para no seu retorno a política, reconstruir o seu império, hoje desmoronado. Na verdade, o que vimos foi o fracasso de Mendes como administrador e político.

Depois de não se entender com aliados políticos do passado, que ajudaram construir sua carreira curta na política, traindo Valtenir Pereira e até mesmo todo o grupo que-o sustentava na prefeitura, tais como secretários e vereadores aliados, assim como seu partido (PSB), a quem traiu no último dia, hora e minuto de registro de candidatura em 2016, Mauro desenha uma nova traição, dessa vez a quem salvou seus últimos dois anos frente a Capital. Sim, trata-se de Pedro Taques, que além de promover investimentos em Cuiabá, ainda empregou a chamada NATA POLÍTICA que Mauro abandonou, secretários e funcionários estratégicos, que fizeram com que ele saísse da Prefeitura com boa aceitação. Mauro disse que nunca pediu emprego a quem Taques empregou, e disso não se pode duvidar, visto que o ex-prefeito só tem olhos para o seu próprio nariz, e as palavra "Fidelidade e companheirismo" não constam no dicionário e nas práticas adotadas pelo ex mega político-empresário.

Apesar disso, certamente ele não deixará os luxos que acumulou, como o iate que mantém em Angra dos Reis, a mansão em que mora num condomínio de luxo em Cuiabá, dentre muitos outros.

Os Mato-grossenses decidirão esse ano, nas urnas, o destino do estado.




Digoreste News e Cícero Henrique do Caldeirão Político