5 Milhões de propina, 7 partidos, o Coronel Nordestino e suas fanfarrices.
Por enquanto no curriculum do Coronel Nordestino, acumulam passagens pelos partidos: PDS, PMDB, PSDB, PPS, PSB, PROS e PDT
Ciro Gomes se complica com delação na Lava Jato que o cita como principal beneficiário de propina milionária para favorecer empreiteira na Obra de Transposição do Rio São Francisco.
A situação do ex-ministro Ciro Gomes parece que poderá se complicar nos próximos dias. À medida que a Lava Jato avança nas investigações, os seus envolvidos, cada vez mais, parecem colaborar para elucidar os esquemas mais complexos de corrupção e mais gente deverá ter o nome citado nesta verdadeiro ‘mar de lama’.
Léo Pinheiro já disse que pagou R$ 5 milhões a Ciro Gomes para ficar com obra do São Francisco
Desta vez, foi a vez de Léo Pinheiro, preso pela operação de Curitiba, além de amigo pessoal de Lula e acusado de repassar para o ex-presidente o tão falado triplex do Guarujá. O empreiteiro e ex-diretor da OAS formalizou a sua declaração em que envolve mais um dos famosos apoiadores tanto de Lula quanto de Dilma.
O delator já disse que pagou propina a Ciro Gomes para ganhar a obra no rio São Francisco. Ele refere-se ao período em que o mesmo era ministro da Integração Nacional, no governo Lula. Segundo o empresário, o valor repassado foi de R$ 5 milhões e que teria sido entregue a um dos homens de confiança de Ciro, Lúcio Gomes, que ocupava o cargo de Secretário das Cidades no governo de Camilo Santana (PT-CE), atual governador do estado do Ceará. O valor repassado teria sido combinado para que o ministro facilitasse a empresa OAS a ‘ pegar’ a obra de transposição das águas do Rio São Francisco.
As declarações dada pelo investigado ao ex-Procurador Geral da República, Rodrigo Janot, foram suficientes para gerar uma crise entre o governador do Ceará e o grupo político liderado por Ciro e seu irmão, o ex-governador Cid Gomes.
Camilo Santana, cujos padrinhos políticos eram Ciro e Cid mandou demitir imediatamente Lúcio Gomes, homem do esquema dos Ferreira Gomes e isto desagradou aos mesmos. Tal atitude poderá representar um rompimento definitivo entre ambos e também poderá significar o fim da intenções de Ciro Gomes de se candidatar para a presidência em 2018. Resta aguardarmos o correr dos fatos e seus desdobramentos.
Lucio Gomes, testa de ferro de Ciro Gomes
Ciro Ferreira Gomes perdeu suas últimas esperanças de se tornar um político nacional após se referir de maneira grotesca a sua então mulher Patrícia Pillar e ao agredir um ouvinte de rádio na Bahia. Desde então, ele assumiu o papel de um coronel moderno, que exerce sua autoridade por meio da intimidação e do poder político. Seu coronelismo dispensa o paletó de linho branco, as gravatas elegantes e os punhos de renda. É um novo tipo de mandonismo, no qual se sobressaem o baixo calão, a prepotência, a irresponsabilidade com o que diz e o desprezo pela honra alheia.
Ciro Ferreira Gomes diz que não se incomoda com processos judiciais e que a Justiça não o intimida, mas sim, ele é quem intimida a Justiça.
A liberdade de imprensa é um estorvo para Ciro Ferreira Gomes. Afinal, quem não concorda com suas ideias, muitas das quais que beiram a alucinação sobre a realidade, deve ser silenciado.
Um dos poucos méritos dessa postura de Ciro Ferreira Gomes é que ele não dissimula e não escamoteia sua real personalidade e seus objetivos sinistros, mas, suas alucinações servem, muitas vezes, para dar sequência a calúnias e difamações.
Ciro é o mais velho cacique ativo dos Ferreira Gomes, a mais “tradicional” família da política cearense. Em Sobral e no estado do Ceará, sua família elege políticos há mais de um século. A oligarquia torna inevitável a associação com o velho coronelismo nordestino. Todas as principais características dos coronéis estão em Ciro, inclusive o estilo de fala.
Frases de efeito e palavrões direcionados a políticos – como em “Lula não é inocente de nada, Lula é um merda”, ou “[Eduardo Cunha é] o maior vagabundo de todos” – marcam as manchetes sobre Ciro. Em meio a tanta estridência, no entanto, pouco se discute sobre suas opiniões.
O uso da palavra não é casual.
Especialmente quando fala sobre economia, seu assunto favorito, Ciro com frequência recorre a erros factuais (a famosa “mentira”), distorções ou omissões de fatos importantes. Tudo com um jeito de tiozão contador de histórias engraçadas. E é justamente por isso que as chamamos de “lorotas”. Poderia ser “migué” ou “enrolação” em alguns lugares do país.
Por não ser, claramente, especialista no tema, a confiança de Ciro ao falar de economia provavelmente vem do desconhecimento do público sobre o assunto. Só isso lhe permite sair sem questionamento após determinadas afirmações. Em dado momento, ao afirmarem que Dilma destruiu o Brasil ao fazer o que ele propunha (cortar juros “na canetada”), Ciro desafia os alunos:
“Você acha que nos Estados Unidos tem regime de metas de inflação? Você acha que a Europa tem? O Japão tem? Isso é coisa do Brasil. Só aqui nós adotamos essa meta de inflação.”
O único problema com a afirmação de Ciro é que, como qualquer estudante do segundo semestre de economia já sabe, ela é mentirosa. Os Estados Unidos adotam metas de inflação. A Europa também. O mundo todo adota esse regime, quase sempre de forma mais fiel que o Brasil.
Bastaria entrar na área para iniciantes do site do Federal Reserve (o ‘Banco Central’ americano) para ler a resposta à pergunta: “Por que vocês perseguem uma meta de 2% para a inflação?”.
Cada país tem a sua meta. A do Brasil é de 4,5%. Mais branda que a dos Estados Unidos, de apenas 2% como já citado.
Durante sua carreira, Ciro acumulou 7 trocas de partido, sempre por conta do seu interesse em novos cargos e candidaturas. Eis o que move os políticos, como todos sabemos: o poder. Exatamente o que Ciro busca ao reescrever sua história, em mais uma lorota desta lista.
Ciro Gomes iniciou a carreira política no PDS, onde em 1982 foi eleito Deputado Estadual. Um ano depois, trocou de legenda, passando para o PMDB. Em 1988 migrou para o PSDB (Partido da Social Democracia Brasileira), onde foi eleito prefeito de Fortaleza e governador do Ceará. Em 1996 filiou ao recém-criado PPS (Partido Popular Socialista). Em 2003 passou para o PSB (Partido Socialista Brasileiro), Em 2013 ajudou, então, na fundação do Pros (Partido Republicano da Ordem Social). Em setembro de 2015 deixou o Prós para se filiar ao PDT (Partido Democrático Trabalhista)
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