Lima Duarte: “internet, Netflix e Globo Play acabaram com a TV”
FIM DA TELEVISÃO
Retorno
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Em meados dos anos 80, assistir TV era um evento familiar, já que pouca gente tinha mais de uma em seus lares. Todo mundo ficava em volta daquele incrível aparelho de tubo que transmitia campeões de audiência, a exemplo da novela global “Roque Santeiro”. Atualmente, o pessoal tem pelo menos uma tela digital no bolso e outra em sua sala ou no quarto. Como se encaixa alguém que viu as mudanças no rádio, na TV, na internet e a chegada de serviços de streaming como a Netflix? Lima Duarte, o próprio Sinhozinho Malta, responde:
“O horário nobre agora é às 9 da manhã. O meu rádio acabou, do Ary Barroso, Almirante, esse acabou. A televisão como era antes também acabou. A internet, Netflix, Globo Play acabaram com a TV. Agora sobre o começo da internet que estou assistindo agora, não contem comigo (risos). É isso!”, comentou o ator de 87 anos, em entrevista ao jornalista André Romano, para o TelePadi.
"Ator é conhecido por personagens cativantes
como Zeca Diabo, Sinhozinho Malta,
Sassá Mutema, Afonso Lambertini, entre outros"
Foi assim, mezzo rabugento mezzo bem-humorado, que Duarte conquistou o Brasil ao longo de 66 anos de carreira na TV, com personagens cativantes como Zeca Diabo em “O Bem-Amado” (1980), o protagonista de “Roque Santeiro” (1985), o simplório Sassá Mutema de “O Salvador da Pátria” (1989), entre outros.
Seu personagem clássico, Sinhozinho Malta, de "Roque Santeiro"
Retorno
Lima Duarte está de volta para interpretar um homem da natureza, Josafá, na próxima “novela das 9” da Globo, “O Outro Lado do Paraíso”, em que contracena novamente ao lado da amiga Fernanda Montenegro na história de Walcyr Carrasco. A atração tem estreia prevista para a próxima segunda-feira (23). Uma boa oportunidade de estar novamente perto do público, que, segundo ele, sempre se recorda de seus personagens.
“Eles lembram muito do Sinhozinho Malta, do Afonso Lambertini, de ‘Da Cor do Pecado’ (2004)”, diz o ator. Sobre as redes sociais, ele afirma manter distância. “Eu não tenho nada disso. Só recebo fotos, um monte de besteira, a respeito de mim, a respeito de tudo. Só essas fotos aqui me bastam. Assisti ao início do rádio e ao fim do rádio.”
E mesmo nesse conflito com a modernização das mídias e tanta informação, Duarte continua sendo uma figura inesquecível e única na história da teledramaturgia brasileira. Um dos últimos dinossauros, que acompanhou todo o processo da tecnologia do início do século passado até aqui.
E mesmo nesse conflito com a modernização das mídias e tanta informação, Duarte continua sendo uma figura inesquecível e única na história da teledramaturgia brasileira. Um dos últimos dinossauros, que acompanhou todo o processo da tecnologia do início do século passado até aqui.
"Assisti ao início do rádio e ao fim do rádio"
“Todos morreram, Hebe Camargo, Vida Alves, Walter Foster, só eu estou vivo e estou aqui ainda enfrentando mais um personagem. O espectador me tem como um velho amigo que vem contar piada. Em um momento tão difícil como vive o país, o telespectador vai olhar para mim e dizer: ‘Olha esse aí, lá vem falar aquelas besteiras dele’. Eu gosto.”
Fernanda Montenegro e Lima Duarte na nova '
novela das 9', "O Outro Lado do Paraíso"
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