Sem desejo há aprendizagem?
Artigo de Daniela Oliveira
O desejo de aprender sempre foi um tema que chamou bastante atenção de nós educadores, já que questionamos o que impulsionava as pessoas que sempre estavam à procura de respostas, principalmente as crianças.
Esse desejo é estruturante para a prática educativa e é na escola que essa vontade se materializa, é onde o aluno busca saber o que não se sabe. Sendo assim, esse ambiente precisa ser de efervescente criação e descoberta. Bordar a curiosidade da criança no processo de aprendizagem exige uma atuação efetiva da escola. Nessa lógica, a paixão se faz presente. Temos, então, no processo de ensino e de aprendizagem, uma relação triangular, cujos protagonistas são o professor, o aluno e o conhecimento, enquanto o combustível tangente entre eles precisa ser o querer.
A escola precisa estimular o ato de desejar. É na falta que me completo, pois, na contemporaneidade, tolhemos o querer pelo ter, sem busca, sem falta e, assim, a satisfação imediata e incessante tem implicações na infância.
O ato de aprender é individual frente ao sujeito que aprende, é necessário entender esse sujeito como protagonista no seu papel de “aprendente” e ter clareza do que ele, como sujeito que aprende, precisa fazer para aprender. A vontade de aprender é tão somente dele.
Fica evidente que precisamos de paixão e, sem ela, nada mais importa. Nenhum ambiente será motivador, nenhum recurso será completo, nenhum professor será perfeito sem o desejo de aprender, por isso a missão da escola é ainda mais complexa: precisa ser ambiente acadêmico, no qual o desejo seja palpável e desenvolvido. Assim, as experiências desejadas e vivenciadas serão a mais completa aprendizagem.
Daniela Oliveira é licenciada em Letras, pós-graduada em Gestão Escolar
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