Jornal Nacional mostra revelações de Silval sobre esquema na Arena Pantanal

Propina na construção da Arena Pantanal teria custado 3%


O Jornal Nacional teve acesso com exclusividade a mais uma parte da delação de Silval Barbosa, do PMDB, à Procuradoria-Geral da República. O ex-governador de Mato Grosso cita um esquema de propina na construção da Arena Pantanal. Até hoje, a obra não foi concluída.
Rachaduras nas paredes, infiltrações e piso quebrado são alguns dos problemas da obra que já consumiu quase R$ 600 milhões, bem mais do que a previsão inicial. O governo do estado estima que para terminar a obra ainda precisa desembolsar quase R$ 20 milhões.

A Arena Pantanal foi construída na gestão do então governador de Mato Grosso Silval Barbosa, do PMDB, que esteve preso por quase dois anos acusado de desvio de dinheiro público. Silval foi para o regime de prisão domiciliar em junho e usa tornozeleira eletrônica. As revelações feitas pelo ex-governador à Procuradoria-Geral da República foram homologadas pelo Supremo Tribunal Federal.

Silval Barbosa disse, na delação, que depois que a Mendes Júnior venceu a licitação, a construtora foi procurada pelo então secretário de Fazenda, Éder Moraes, para acertar o pagamento de propina. O acordo previa 3% do valor da obra a serem pagos em cada etapa concluída.
Em 2011, Éder Moraes assumiu a secretaria responsável pelas obras da Copa, onde ficou por um ano. O esquema teria sido mantido por seu substituto, Maurício Guimarães. O dinheiro, de acordo com Silval Barbosa, teria sido usado para pagar dívidas e bancar campanhas eleitorais. Na delação, Silval contou ainda que o deputado estadual Romualdo Júnior, do PMDB, recebeu propina da empresa responsável pela iluminação da arena, a Canal Livre Comércio e Serviços. Parte desse dinheiro, cerca de R$ 200 a 300 mil, foi repassado de Romualdo para Silval.

Hoje, a manutenção da arena custa R$ 600 mil por mês e ela dá prejuízo. O campo é usado para os jogos dos campeonatos estaduais e das séries B e C do Brasileirão. No local ainda funciona uma escola com cerca de 300 alunos.


O que dizem os citados

A empreiteira Mendes Júnior, a empresa Canal Livre Comércio e Serviços e a defesa do ex-secretário estadual Maurício Guimarães não quiseram se pronunciar por enquanto.
O ex-secretário Éder Moraes nega ter se reunido com dirigentes da Mendes Júnior para tratar de pagamento de comissão.
O deputado estadual Romoaldo Júnior, do PMDB, nega ter recebido propina.



G1

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