GRANDES PERSONALIDADES CUIABANAS

CUIABANOS, GRANDES NOMES, GRANDES PERSONALIDADES

Eurico Gaspar Dutra

Comandando o Brasil, desbravando as matas, criando personagens históricos ou até mesmo colunista social, pessoas, personalidades e personagens.

A história de Cuiabá se faz por nomes importantes, e só conhecendo esses nomes que poderemos reconhecer o presente em que vivemos. De grande presidente, Eurico Gaspar Dutra, passando por militar, Marechal Candido Rondon e também um grande ator que se fez ser reconhecido quando na época, Liu Arruda. Até nos dias de hoje em que a lenda viva do carnaval se faz presente, Jejé. Homens que fizeram a diferença na terra e no país em que viveram.

Foi o décimo sexto presidente do Brasil e o único vindo da região de Mato Grosso, Eurico Gaspar Dutra. A sua carreira militar iniciou-se em 1902 quando ingressou na Escola Preparatória e Tática do Rio Prado, em Rio Grande do Sul e logo depois foi para a Escola de Guerra de Porto Alegre. Mas formou-se na Escola de Estado-Maior. Não participou da Revolução de 1930, mas esteve rígido na conspiração e na instauração da ditadura do Estado Novo, junto com Getúlio Vargas e Góis Monteiro.

Logo após a Segunda Guerra Mundial, candidatou-se, pelo Partido Social Democrático (PSB), para a presidência do Brasil, que acabou vencendo. Assumindo o cargo no ano seguinte, Dutra não interferia nas decisões da Assembleia Nacional Constituinte, mesmo após o seu mandato ter sido reduzido, de seis para cinco anos. O seu governo foi marcado por proibir o jogo de azar no Brasil, em 1946. E em 1948, teve uma característica única, o acórdão do Tribunal Superior Eleitoral que considerou fora da lei o Partido Comunista Brasileiro e depois pela ruptura de relações com a União Soviética.

Depois do seu mandato, em janeiro de 1951, continuou na vida política. Fez um pronunciamento contra o governo de João Goulart, e tentou voltar à presidência, mas sem sucesso. Faleceu em1974 na cidade do Rio de Janeiro.

Com o mesmo espírito de liderança, o militar nascido em 1865, Cândido Mariano da Silva Rondon, de origem indígena foi um sertanista brasileiro. Teve o seu nome marcado por fazer uma missão em que trouxe as linhas teleféricas para o oeste do Brasil, pois o governo achava que esta região era isolada dos grandes centros. Foi abrindo caminhos, desbravando terras desconhecidas e mapeando os terrenos que fez relações cordiais com os índios. Dentre as tribos, Nhambiquara, Urupá, Jaru, Karipuna, Ariquem etc.

Em 1915 concluiu a sua missão com 372 km de linhas e mais cinco estações teleféricas: Pimenta Bueno, Presidente Hermes, Presidente Pena (atualmente chamada de Ji-Paraná), Jaru e Ariquemes. E no mesmo ano inaugurou a estação teleférica de Santo Antonio do Madeira. Seu nome está no livro “Vultos da pátria: os brasileiros mais ilustres de seu tempo”, do autor, Antonio da Rocha Almeida.

Candido Marechal Rondon

Saindo na história política de Mato Grosso e indo para a arte cuiabana, vamos citar um grande ator da década de 90, Liu Arruda. Lembrando pela grande personagem Comadre Nhara, o ator, que estudou no Rio de Janeiro, veio para a capital mato-grossense atuar no teatro e fazer shows em bares. De forma única ele imortalizou o linguajar cuiabano, em alguns personagens como Juca, Sinhá Dedê e outros que fizeram sucesso, tais como, Ramona, Gladstone e Sandoval.

A mais conhecida de todas era a Comadre Nhara, com os trejeitos cuiabanos, é lembrada por viver na janela tomando a conta da vida das pessoas. Liu Arruda fez uma homenagem ao seu pai criando o personagem Juca, que era um típico homem cuiabano. No final dos anos 90 ficou doente, e piorou ainda mais com uma infecção que contraiu quando fazia uma operação de lipoaspiração, para poder fazer a sua personagem Ramona nos palcos.

O mestre dos disfarces e tipicamente cuiabano calou-se em 1999 quando veio a falecer. A sua alma ainda permanece nos palcos e sua vida artística serve de inspiração para a nova geração de atores e atrizes cuiabanos. Foi imortalizado no teatro sendo homenageado com o seu nome no “Teatro Liu Arruda”, no Tribunal de Contas do Estado.

Liu Arruda

Das colunas sociais cuiabanas surgiu um grande nome, que é considerado uma lenda viva, com o seu jeito desbocado Jejé de Oyá fez e ainda faz história na capital. José Jacinto Siqueira de Arruda, seu nome de batismo nasceu em Rosário Oeste, mas ainda quando criança mudou-se para Cuiabá. Na Escola Profissional Salesiana, conhecida hoje como Colégio São Gonçalo, terminou os estudos de alfaiate.

Tinha aptidão para o sacerdócio, mas não se manteve e não conseguiu ser padre. Não tinha medo do que dizia e tinha orgulho de ser negro, pobre e homossexual. Sempre nas noites cuiabanas, Jejé começou a escrever para o jornal Social Democrático, como colunista de coluna social e fala das festas que frequentava. E eram publicados em diversos jornais, como Folha Mato-grossense, Tribuna Liberal, O Estado de Mato Grosso e Diário, além de alguns jornais do interior. Mesmo após tanto tempo ninguém o esquece, sempre sendo lembrando nos carnavais cuiabanos.
Jejé faleceu em 11 de janeiro de 2016, aos 81 anos.

José Jacinto Siqueira de Arruda (Jejé)

Apaixonado por fotografia, Lázaro Papazian, mais conhecido como Chau, saiu da Armênia, passou por Paris e Buenos Aires e veio para Cuiabá em 1926, a pedido do Dr. Maria Correa da Costa, Presidente do Estado na época. Fotografou a sua posse e acabou se encantando pela cidade, e resolver ficar.

Além do mais havia poucos profissionais de fotografia na época, com a ajuda de políticos influentes construiu o seu estúdio e na sua vitrine expos momentos marcantes para a população cuiabana. Gostava de praticar esportes, como boxe e já foi juiz da luta, atuou também como dirigente de time de futebol, dirigente de jornal, representante comercial, dono de cinema e muito mais.

Mas o amor à fotografia falava mais alto, e por isso não deixava de registrar, e era obrigatória a sua presença, em bailes da época. Foi por meio dele que a fotografia acabou se tornando essencial para Mato Grosso. Com imagens de nascimento, inauguração, alguns flagras de momentos políticos, as belezas mato-grossenses e um fato marcante que foi a implosão da igreja catedral metropolitana do Senhor Bom Jesus de Cuiabá, em 1968.

Em 1991 veio a faleceu com 84 anos, e como homenagem a uma pessoa tão importante, que registrou muitos momentos da vida cuiabana, foi construído o Museu da Imagem e Som de Cuiabá – Lázaro Papazian (Chau).

Casa do Alferes, atual sede do MISC "Lázaro Papazian"



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