Noivos vendem doces no sinal para juntar dinheiro para festa e casa própria em Cuiabá

Maria Rafaela e João Paulo se vestem de noivos durante as vendas. Eles fazem pé de moleque e cocada, receitas que a noiva aprendeu com a família quando criança.

Arquivo pessoal Maria Rafaela e João Paulo namoram há dois anos e pretendem se casar em 2019

O casal Maria Rafaela Silva dos Santos, de 19 anos, e João Paulo França Dias, de 21, está vendendo doces para arrecadar dinheiro para pagar a festa de casamento e comprar uma casa. Os jovens, que estão desempregados, vendem pirulito, cocada e pé de moleque pelas ruas e semáforos, em Cuiabá.

A cocada e o pé de moleque são feitos pelos noivos. Ela aprendeu as receitas com a mãe e a avó quando era criança e ensinou ao namorado. "Sou apaixonada por confeitaria, sonho em abrir meu próprio negócio. Eu ensino para ele e fazemos tudo juntos", contou a jovem.

A sugestão de vender os doces partiu de uma amiga de João Paulo, durante uma viagem a São Paulo. Ele compartilhou a ideia com a namorada, que decidiu pesquisar formas de arrecadar dinheiro. O planejamento foi feito em três semanas e as vendas começaram na segunda-feira (8).

"Percebi que a maioria dos casais que ia para as ruas arrecadar dinheiro não usava nenhum figurino. Decidi, então, que iríamos nos vestir de noivos", disse.
 
Eles passam cerca de duas horas por dia no semáforo. Ainda não foi estabelecida uma meta de arrecadação. Em média, estão arrecadando R$ 100 por dia.

De acordo com a jovem, essa foi a alternativa que os dois viram para conseguir tirar os planos do casamento do papel, já que ambos estão desempregados no momento.
 
"A recepção e as vendas na rua foram ótimas, melhor do que a gente esperava. E, além de tudo, podemos espalhar o amor para as pessoas", contou.

Maria se formou recentemente no curso de técnico em química, no Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), e João se prepara para começar os estudos no curso de física na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT).
 
O casal se conheceu há dez anos, ainda no período escolar, e desde então não perderam o contato. "Sempre fomos bons amigos, mas só há dois anos que decidimos assumir o que sentíamos um pelo outro e começamos a namorar sério", explicou.

Apesar da pouca idade, os jovens estão certos quanto à vida que pretendem construir juntos. Maria explica que é normal as pessoas dizerem que são muito jovens para casar, mas, segundo eles, as críticas são encaradas com tranquilidade.

"Nós queremos estudar e trabalhar também, mas queremos tudo isso juntos. Além disso, o casamento vai ser apenas em 2019. Respeito muito a opinião das pessoas, mas também respeito o amor que sentimos. Temos o apoio dos nossos pais para tudo", contou.

Arquivo pessoal No semáforo, o noivo de ajoelha e simula um pedido de casamento




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