Ministro leva puxão de orelha de Temer por boicotar Taques a pedido de senador

Governador Pedro Taques e ministro dos Transportes Maurício Quintella em uma das audiências

Uma audiência entre o governador Pedro Taques (PSDB) e o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil Maurício Quintella quase provocou uma crise institucional entre Mato Grosso e o Palácio do Planalto. O tucano viajou a Brasília para se reunir com Quintella. A pauta de discussão era o projeto de ampliação da ferrovia, de Rondonópolis para Cuiabá.

Tudo ia bem até que o ministro, ao invés de atender Taques, enviou técnicos para conversar com o tucano. Acontece que o senador Wellington Fagundes (PR), opositor ferrenho da gestão do tucano, passou pela comitiva mato-grossense e se reuniu com o ministro que, minutos depois, saiu e disse ao governador que o presidente Michel Temer o aguardava.

Irritado, o chefe do Palácio Paiaguás - que estava no local com secretários e parlamentares - não se conteve: “essa é a segunda vez que eu venho e não sou atendido pelo senhor. Isso não passa de conversa fiada, é um desrespeito comigo, com a nossa bancada federal e com Mato Grosso”, disparou, assegurando que faria uma reclamação formal a Temer.

O presidente da República, minutos depois, ligou para Taques e pediu desculpas pela situação. Garantiu ainda que o ministro receberá a comitiva mato-grossense no período da tarde para debater as demandas do Estado.

A suspeita é de que Wellington, um dos líderes da oposição e cotado para disputar o Palácio Paiaguás, estaria “boicotando” o governador no ministério, onde exerce forte influência. O republicano e o tucano têm se estranhado há algum tempo.
A tendência é que o clima fique mais acirrado, tendo em vista que o início das articulações para as eleições começam a tomar corpo. Taques deve buscar a reeleição e Wellington é um dos virtuais adversários.

O senador Wellington Fagundes, por meio da assessoria, nega qualquer boicote ao governador Pedro Taques. O republicano pondera que estava na primeira reunião junto com os demais parlamentares de Mato Grosso, sendo que, em nenhum momento, atuou para evitar a agenda com o ministro. "Estava na reunião quando o ministro chegou falando que não poderia ficar porque estava sendo chamado pelo presidente".

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